Por Sabrina Bezerra
As criptomoedas se tornaram protagonistas quando o assunto é futuro do dinheiro. Não à toa. Nos últimos anos, vimos investidores apostando no segmento, países testando suas próprias moedas digitais e empresas as aceitando como meio de pagamento (é o caso do PayPal e da Visa, por exemplo). Mas a novidade da vez, é que o Brasil deverá ter a sua própria moeda virtual. Isso porque, o Banco Central divulgou, na última segunda-feira (24/05), as diretrizes gerais para o lançamento do real digital nos próximos anos.
“O objetivo é desenhar uma moeda digital de emissão do BC, que seja parte do cotidiano das pessoas, sendo empregada por quem usa contas bancárias, contas de pagamentos, cartões ou dinheiro vivo”, disse a instituição financeira.
“O tema se encaixa no contexto da agenda de modernização tocada pelo Banco, a Agenda BC#. Com uma CBDC (Central Bank Digital Currency, na sigla em inglês) brasileira, o BC vê potencial para a aplicação de novas tecnologias, como smart contracts, IoT (Internet of Things – internet das coisas) e dinheiro programável, em novos modelos de negócio, que aumentem a eficiência de nosso sistema de pagamentos”, diz em comunicado Fabio Araujo, da Secretaria Executiva (Secre) do Banco Central.
A moeda digital — diferente de criptomoedas como o Bitcoin — é estatal. Isso significa que trata-se de um ativo financeiro que terá lastro em sua própria divisão: no Real. Por isso, o BC não a nomeia como criptomoeda, mas sim, criptoativo. “Importante destacar que, inicialmente, uma criptomoeda não detém as características de uma moeda — ou seja de meio de troca, de reserva de valor e de unidade de conta — mas, sim, as características de ativo, por isso o BC prefere se referir a elas pelo termo criptoativo”, diz a instituição.
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O uso da moeda digital fará parte do dia a dia das pessoas. “Sendo empregado por todos que operam com contas bancárias, contas de pagamentos, cartões ou dinheiro vivo”, diz a instituição.
Vai funcionar de duas maneiras: online — com sistema integrado de pagamentos atuais, permitindo pagamento em uma loja ou a transferência do valor para outras pessoas —; e o offline — para os usuários que têm dificuldades tecnológicas. “Seria análogo a quando se faz um pagamento em real físico em um estabelecimento, ou região, que não tenha conexão com a internet”, diz o BC.
A resposta é não. O valor será o mesmo. “Quando você tem, por exemplo, uma nota de R$ 20 na carteira, essa nota não é remunerada, ele não mudará de valor, continuará valendo R$ 20. Do mesmo modo, quando você mantiver o valor de R$ 20 em forma digital parado na sua carteira virtual, esse valor não será alterado”, explica a instituição.
Não. A princípio, o BC apresentou as diretrizes para dialogar com a sociedade. O criptoativo passará a funcionar após aprovação jurídicas — e quando tiver mecanismos para evitar a lavagem de dinheiro, por exemplo. “[…] Além disso, como o real digital, na maior parte das formas em que pode vir a ser implementado, tende a nascer em um ambiente regido pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), ele se torna ainda mais importante que do no caso do real físico”, diz a instituição.
A Nova Economia traz a moeda online como uma tendência mundial. Alguns países, por exemplo, começaram a testar seus próprios criptoativos. É o caso da China e do Japão. O mercado de dinheiro online é tão promissor que cerca de 86% dos bancos centrais em todo o globo ensaiam a criação de sua própria moeda digital.
Font: https://app.startse.com/artigos/moeda-digital-brasileira?utm_source=telegram&utm_medium=link&utm_campaign=artigo&utm_term=25052021
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